sábado, 27 de outubro de 2012

Desta vez é diferente

 Até mesmo pesquisadores "sérios" americanos desconsideram os fatos para tentar influenciar os resultados eleitorais.

 Kenneth Rogoff e Carmen Reinhart fizeram um estudo de fôlego mostrando que crises relacionadas a problemas no sistema financeiro são longas, com lenta recuperação e não apresentando, dessa forma, o formato em V.

 No entanto, alguns economistas de renome internacional (e assessores de Romney) disseram que os EUA são diferentes para jogar a culpa da lenta recuperação na política econômia de Obama (clique aqui).

  Se pararmos para pensar, a bolha imobiliária vinha sendo criada desde a década de 90, englobando, assim, tanto governos democratas quanto republicanos. No entanto, as inúmeras barbeiragens econômicas foram feitas principalmente no governo Bush, principalmente em relação à piora no déficit orçamentário, sem o qual a situação norte americana hoje seria muito mais tranquila.

domingo, 21 de outubro de 2012

Entrevista Pastore

O Pastore deu uma entrevista interessante para o Estadão (clique aqui). Ele coloca alguns pontos fundamentais da política macroeconômica atual. O fato do governo estar trabalhando com um câmbio fixo limita a possibilidade de utilizar política monetária, o que torna ainda mais difícil controlar a inflação.

 Se os juros voltarem a aumentar, a entrada de capitais pressionará o câmbio e o governo terá que impor mais restrições à sua entrada, com efeitos sobre os custos de financiamento das empresas. Isso é um problema em um país onde o investimento é maior que a poupança doméstica.

  Um ponto que pode ser positivo é caso o câmbio mais depreciado tenha efeitos maiores sobre a redução do consumo do que do investimento (explicação do Bresser de que a entrada de capitais aprecia o câmbio e estimula mais o consumo do que o investimento).

 

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Subsídio para os ricos



  Qual é o sentido em se fornecer universidade gratuita para as classes A e B em um país com forte restrição de recursos como o Brasil? Abaixo veja trecho de matéria sobre os universidades brasileiras e americanas (link para a matéria):

As doações representam 26% da verba do Caltech neste ano. Na USP, de um ano para cá surgiram os dois primeiros fundos de endowment brasileiros, ambos para ajudar a Escola Politécnica. Há ainda mais uma diferença significativa. Nas universidades americanas, alunos pagam mensalidades — os carentes estudam com bolsa. No sistema público brasileiro, o ensino é gratuito, mesmo em instituições como a USP em que predominam estudantes das classes média e alta.

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Workshop de Economia do Programa de Pós-Graduação em Economia da FEA-RP/USP (PPGE/USP-RP)

O Workshop de Economia do Programa de Pós-Graduação em Economia da FEA-RP/USP (PPGE/USP-RP) tem se consolidado como um importante evento da área, reunindo pesquisadores altamente qualificados para a discussão e troca de experiências sobre temas de interesse nacional e internacional, com aplicações de teorias e técnicas empíricas de fronteira na ciência econômica.
A atual edição, a 12ª, terá a participação de pesquisadores de importantes centros de pesquisa e de atuação prática nacionais, além do corpo docente e discente da casa, que se reunirão na FEA-RP/USP.

Participantes:
Angelo Marsiglia Fasolo (Bacen)
Cristiano Costa (FUCAPE)
João Manoel de Mello (PUC-RJ)
José Angelo Costa do Amor Divino (UCB)
Lízia de Figueiredo (UFMG)
Luis Braido (EPGE)
Rafael Coutinho (FEA-SP)
Sergio Lazzarini (Insper)
Tatiana Farina (Insper)

Local: Auditório Ivo Torres, FEA-RP/USP
Avenida Bandeirantes, 3900 – Ribeirão Preto
Datas e horários:
18 de outubro de 2012, de 14h30 às 18h15,
19 de outubro de 2012, de 9h00 às 18h00, com 1,5 hora livre para almoço.

A realização de tal evento requer, além do empenho dos organizadores e apoio dos colegas, da chefia de Departamento e da Coordenação de Pós-Graduação em Economia, o apoio institucional da FEA-RP da USP, bem como o apoio financeiro dos parceiros Conselho Regional de Economia, Corecon-SP, e Fundação para Pesquisa e Desenvolvimento da Administração, Contabilidade e EconomiaFundace, aos quais agradecemos antecipadamente.
O evento será gratuito e não requer inscrição prévia. Convidamos colegas e alunos a participarem!

Organizadores: Profa. Dra. Roseli Silva e Prof. Dr. Bruno Aurichio Ledo.

Curso verão IMPA


sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Investimento em qualidade educacional

 Veja parte da matéria publicada pela revista Exame:
 

"Um estudo do economista Eric Hanushek, da Universidade Stanford, nos Estados Unidos mostrou que países com bom desempenho dos estudantes em testes cognitivos apresentam crescimento da renda maior do que aqueles em que os alunos tiram nota baixa. Ele afirma que a melhora de 25 pontos nos resultados do Pisa, exame feito pela OCDE (cuja média dos países ricos é 500), resulta em aumento de 0,5 ponto percentual na taxa anual do PIB per capita. Uma projeção considerando a manutenção desse ganho por 80 anos resultou num PIB três vezes maior. “No longo prazo, o investimento que faz a diferença é na educação”, diz Hanushek".

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Crescimento e qualificação profissional

  Esse vídeo da Globo News aponta para o problema da qualificação profissional (link para o vídeo).

  José Pastore e Luiz Carlos Cabrera apontam alguns pontos essenciais do problema que enfrentamos. Hoje nós vivemos em uma sociedade do conhecimento, onde a tecnologia de produção está em constante mudança e, desse modo, a escolaridade é um fator de produção cada vez mais importante.

  De fato, existe um problema de qualidade nos níveis de ensino fundamental e médio, onde os alunos não são preparados de forma adequada para transformar o conhecimento em "sabedoria", ou seja, colocar esse conhecimento de forma a trazer um retorno produtivo, problema esse que ocorre também no ensino superior.

  O crescimento mais elevado na última década explicitou essa deficiência brasileira que só poderá ser resolvida com uma melhora no sistema educacional principalmente via melhora do nível de conhecimento e motivação dos docentes. Não tem como resolver isso sem elevar os salário e acabar com a isonomia salarial no ensino público (o que também é válido para o ensino superior).

  Outro ponto relevante que eles colocam é o pacto da mediocridade que existe em muitas faculdades pagas. Os alunos "pagam por um diploma" que, no final das contas, não vale quase nada. Pensando além do curto prazo, é fácil perceber que um ensino superior que não altera de forma significativa o conhecimento e habilidades do aluno para pensar não será bem visto no mercado e, desse modo, o efeito sobre os salários será praticamente nulo.

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Mercado pede exatas

  Via blog do Shikida (link para o blog), eu li uma matéria do Estadão (link para a notícia) que enfatiza a necessidade de investimentos na formação de engenheiros. O artigo se baseia em um estudo liderado por Naércio Menezes Filho. No final da matéria consta a seguinte afirmação: "... estamos formando muitos administradores e poucos engenheiros".

  Esse artigo vai de encontro com o que eu tinha afirmado em um post anterior que para investir mais em capital humano, é preciso que mais estudos sejam feitos para que se tenha uma boa noção de onde esse investimento traz um retorno maior (link para a notícia). Em outras palavras, não adianta apenas dizer que é preciso investir mais em educação.

  O estudo do Naércio indica que, no nível de ensino superior, é preciso investir em cursos de engenharia. Essa conclusão é compartalhida por diversos estudos que apontam a necessidade de formação de engenheiros para estimular o crescimento de longo prazo.

  O problema do Brasil vem da base, pois as disciplinas de exatas despertam "medo" nos alunos desde as séries iniciais. Somos um país com uma fraca formação dos alunos no ensino formal, sobretudo na área de exatas.

  Outro problema que o artigo do Estadão não chega a mencionar é que temos muitos advogados. Isso está relacionado às nossas instituições que estimulam o rent-seeking, além da complexa estrutura burocrática e tributária.