Atualmente, é difícil negar que os problemas econômicos enfrentados
pelo país são, em grande medida, consequências das decisões tomadas pela
sua equipe econômica. Nos anos do governo Dilma, o crescimento da economia brasileira tem
ficado sistematicamente abaixo dos demais países da América Latina. Para
2013, de acordo com as estimativas da Comissão Econômica da ONU para a
América Latina e Caribe (CEPAL), o Paraguai apresentaria a maior taxa de
crescimento com um aumento do PIB em 12,5%, seguido por Panamá (7,5%),
Peru (5,9%), Bolívia (5,5%), Nicarágua (5,0%) e o Chile (4,6%). A
Argentina cresceria 3,5%, o México 2,8% e o Brasil 2,5%. A média para os
países da América do Sul seria de 3,1%.
A estratégia de estimular a demanda, mesmo após certa estabilização do
cenário internacional, mostrou-se ser um grande erro de diagnóstico.
Apesar do baixo crescimento da economia brasileira nos anos Dilma, o
desemprego tem permanecido em patamares muito baixos. Desse modo,
estímulos à demanda têm pressionado os preços e as importações,
deteriorando tanto as contas públicas quanto as contas externas
brasileiras. Para controlar as pressões inflacionárias, o Banco Central
se viu obrigado a entrar, novamente, em um ciclo de elevação das taxas
de juros, o que provoca pressões adicionais nas contas públicas.
Em outras palavras, o erro de diagnóstico gerou mais problemas que
vêm aumentando a fragilidade macroeconômica do país, além da elevação
dos juros, tendo como consequência a redução do nível de investimentos, o
que ajuda a manter a taxa de crescimento do PIB em níveis módicos.
Adicionalmente, os estímulos à demanda provocaram uma elevação dos
salários e dos preços no setor de serviços, de uma forma geral,
provocando pressões salariais na indústria e, portanto, perda de
competitividade, o que prejudica o desempenho da economia visto a
importância desse setor em termos de dinamismo e produtividade.
Para controlar a inflação, além dos juros, a equipe econômica tem
adotado várias medidas não convencionais, como controle dos preços
administrados, redução da tarifa de energia, controle do preço dos
combustíveis, entre outros, o que gera incerteza do ponto de vista
institucional, piora o balanço de empresas e, desse modo, restringe a
quantidade de investimento e a capacidade de oferta no médio prazo.
O baixo crescimento da economia brasileira é decorrente de fatores de
oferta e não de demanda. Os problemas de infraestrutura, baixos
investimentos, escolaridade deficiente dos trabalhadores e produtividade
estagnada explicam o fraco desempenho econômico brasileiro, além da
piora nas contas públicas que decorrem também do aumento automático dos
gastos como proporção do PIB devido às pressões do sistema
previdenciário.
Os gestores de política econômica precisam focar nos problemas de oferta
apontados acima para que o país possa entrar em uma trajetória de
crescimento sustentável. No entanto, pela teimosia na manutenção das
mesmas políticas econômicas e pelo fato de estarmos entrando em um ano
eleitoral, a tendência é que os fundamentos do país piorem ainda mais, e
que, a partir de 2015, o crescimento econômico que já é pífio se torne
ainda pior.
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